Ocupação LabCrítica no Teatro Cacilda Becker, em Outubro

Em Outubro, o Teatro Cacilda Becker recebe a Ocupação LabCrítica com apresentações de “Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante” e “PEBA”, do GP LabCrítica / UFRJ

 

De 11 a 13 de Outubro, o Teatro Cacilda Becker recebe a programação especial Ocupação LabCrítica, com apresentações de “Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante” e “PEBA”, trabalhos desenvolvidos por artistas-pesquisadores do GP LabCrítica, grupo de pesquisa do Laboratório de Crítica, vinculado ao Departamento de Arte Corporal e ao Programa de Pós-Graduação em Dança da UFRJ.

As obras são fruto da colaboração e da investigação continuadas do GP LabCrítica, e estão reunidas pela primeira vez numa mesma mostra.

 

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Em Brinquedos para Esquecer ou Práticas de LevanteLidia Larangeira performa uma dança/convocação de levante contra regimes de soberania que atuam no aniquilamento da vida. A obra é composta como um tríptico, onde roupas, brinquedos miniaturas e o corpo de mulher nu são manipulados para construir intensidades, materialidades e narrativas sistematicamente apagadas, mas que precisam, por um imperativo político, SEMPRE ser LEMBRADAS.

 

 

Brinquedos… vem sendo desenvolvido como um work-in-progress desde 2016, através da colaboração de Lidia Larangeira e Sérgio Andrade; é um braço da pesquisa de doutorado de Lidia no Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ. A obra participou de diversos festivais e mostras nacionais e internacionais, destacando-se o Festival Pedras’16 (Lisboa), o encontro World Dance Alliance Americas (Cholula, México), o seminário internacional Trans-In-Corporados 2017 (Rio de Janeiro), e o Festival Remoto (versão para transmissão online via a página do @RioFestiv.al).

 

Na Ocupação LabCrítica no Teatro Cacilda Becker, Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante será apresentada no dia 11/10, sexta-feira, às 20h, com entrada gratuita.

 

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PEBA é fruto da colaboração dos artistas Iara Sales, Sérgio Andrade e Tonlin Cheng; uma performance entre dança, live PA e instalação que investiga corporalidades presentes em folguedos, ruas e festas dos estados de Pernambuco (PE) e Bahia (BA). O experimento se dá na imersão em uma gambiarra de materiais residuais de luz e som, onde o corpo joga com as dobras performativas que a  “peba” dá lugar. PEBA é uma confluência de siglas e memórias territoriais, e também uma palavra tupi-guarani – peba, pewa, peva, péua – para denotar baixo, nano, anão, achatado, rasteiro e curto das pernas, ao se referir a animais. Na gíria urbana entre PE e BA, é ainda um termo que exerce função adjetiva para designar uma qualidade de baixa tecnologia, um produto fuleiro, fajuto, falsificado, irregular; uma “coisa peba” é uma materialidade, um arranjo precário que resolve, ainda que provisoriamente, um problema. Transitando por essas variações, corpo, memória, transculturalidade e precariedade encontram um terreno de intensa negociação e embate.

 

 

PEBA é resultado da pesquisa continuada e vivência de Iara, Sérgio e Tonlin nas fronteiras e nos trânsitos culturais entre os estados de Pernambuco e Bahia, tendo já se desdobrado em diversos formatos de performance, livro-objeto, workshops e seminários. Foi contemplada pelos editais pernambucanos de Pesquisa em Dança – FUNDARPE/FUNCULTURA (2012) e de Manutenção de Temporada – FUNDARPE/FUNCULTURA (2014), e pelo Prêmio Nacional Funarte Klauss Vianna 2015. Recebeu ainda o prêmio APACEPE de teatro e dança 2015, na categoria “melhor cenografia” e prêmio especial – “pelo caráter performático da obra”; participou de diversos festivais nacionais e internacionais, e realizou temporada itinerante pela região metropolitana do Recife, em 2015, e circulação nacional, em 2016, passando pelas cidades de Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Santo Amaro (BA), Maragogipe (BA), Cachoeira (BA), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e João Pessoa (PB).

 

Na Ocupação LabCrítica no Teatro Cacilda Becker, PEBA será no dia 12/10, sábado, às 20h, e no dia 13/10, domingo, às 19h, também com entrada gratuita.

 

A apresentação de PEBA no Rio de Janeiro marca o início da circulação de PEBA pela América Latina, que inclui as cidades de Montevideo (Uruguai), Cali (Colômbia), La Plata (Argentina) e Buenos Aires (Argentina). Além de apresentar o espetáculo,  durante a itinerância, os artistas produzem um mini documentário sobre PEBA, ministram o workshop Performar______ materiales e participam do programa de residência artística Lugar a Dudas, em Santiago de Cali (Colômbia). A circulação e a residência artística contam com incentivo do Funcultura, do Governo de Pernambuco.

 

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A Ocupação LabCrítica no Teatro Cacilda Becker é uma oportunidade única para o público carioca acompanhar como o trânsito entre arte e academia tem gestado novas abordagens na cena contemporânea brasileira. Em atividade desde 2012, o LabCrítica/ UFRJ tem desenvolvido diversas ações dedicadas ao exercício da crítica entre dança, performance, pensamento e outras artes, atravessando circuitos, fronteiras, culturas e linguagens dentro e fora da Universidade. PEBABrinquedos para esquecer ou práticas de levante são frutos dessa empreitada; tratam de temas relevantes a nossa época e reafirmam a importância da pesquisa em arte na Universidade pública.

 

SOBRE OS ARTISTAS


Iara Sales é artista e pesquisadora da dança e da performance, produtora cultural e designer gráfico. Graduada em Licenciatura em Dança pela Escola de Dança da UFBA (2008) e em Design Gráfico pelo IFPE, com Especialização em Estudos Contemporâneos em Dança pela Escola de Dança da UFBA (2019). É membro do Grupo de Pesquisa do LabCrítica/ UFRJ, desde 2012.

Lidia Larangeira é artista da dança e professora dos cursos de graduação em Dança da UFRJ. Trabalhou com diversos coreógrafos brasileiros e atualmente desenvolve seu trabalho artístico solo como parte da pesquisa de Doutorado em Artes da UERJ intitulada Contracoreografias de levante: engajando dança, cidade, política e feminilidade. É membro do Grupo de Pesquisa do LabCrítica/ UFRJ, desde 2012.

Sérgio Andrade é artista e pesquisador de dança, performance e filosofia. Professor do Departamento de Arte Corporal, dos Programas de Graduação e Pós-Graduação (Mestrado) em Dança, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutor e Mestre em Filosofia (PUC-Rio), Mestre em Artes Cênicas (UFBA) e Licenciado em Dança (UFBA). Foi artista residente em Lugar a Dudas (2008), Cali/ Colômbia, e Visiting Scholar na New York University (2014-2015), vinculado ao Department of Performance Studies e ao Hemispheric Institute of Performance and Politics, Nova York/ EUA. Desde 2012 coordena o Laboratório de Crítica no qual realiza diversas ações de criação, formação, publicação, curadoria e intercâmbio artístico-acadêmico em dança e performance, destacando-se, nos últimos anos, a publicação do livro Performar Debates (2017) e o seminário internacional Trans-In-Corporados (2017 e 2018).

Tonlin Cheng é arquiteto, músico e performer. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.  Faz parte do grupo de pesquisa do LabCrítica, desde 2012. Tem experiência como produtor musical, arquiteto, músico/performer, vídeo artista, pesquisador, barista, sushiman, marceneiro, pedreiro, padeiro, cozinheiro, dentre todos os “eirós” um biscateiro.

 

SERVIÇO

Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante – sexta-feira, 11/10, às 20h.

Concepção e performance: Lidia Larangeira

Dramaturgista: Sérgio Andrade

Iluminação: José Geraldo

Duração: 45 min

Classificação: 16 anos

 

PEBA –  sábado, 12/10 às 20h, e domingo, 13/10, às 19h.

Criação e performance: Iara Sales

Trilha sonora original e live PA: Tonlin Cheng

Dramaturgia: Iara Sales e Sérgio Andrade

Gambiarras, instalação e objetos cênicos: Tonlin Cheng

Figurino: Iara Sales e Maria Agrelli

Citações musicais incidentais: Lavagem de São Bartolomeu, da Orquestra Popular de Maragogipe; Acabou Chorare, de Luiz Galvão e Moraes Moreira (Novos Baianos); Pernambuco é Brasil, de Moraes Moreira.

Direção Artística: Sérgio Andrade

Direção técnica de montagem: Tonlin Cheng

Direção de Produção: Iara Sales

Duração: 45 min.

Classificação: 16 anos

 

Toda a programação é gratuita.

O Teatro Cacilda Becker fica na Rua do Catete, 338 – Catete, Rio de Janeiro – RJ, 22220-001. Tel.: (21) 2265-9933