Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante (2015-atual)

Solo de Lidia Larangeira que conta com a parceria de Sérgio Andrade como dramaturgista. Um tríptico de partes independentes que juntas compõem uma dança/convocação contra a brutalidade dos regimes de soberania que investem em capturar, invisibilizar e esgotar a potência das vidas minoritárias e dissidentes.

 

Sobre

Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante é um trabalho de dança contemporânea solo que não se pode dançar só. Dançarina e público criam e compõem o espaço juntos, jogando com a questão da participação de diferentes modos, ao longo de três proposições.

Na primeira parte, cria-se uma dança-jogo em torno das possibilidades de ação envolvidas na palavra “levante”: revolução, insurreição, levantamento, motim, levantar, ficar em pé, sublevação, saída da inércia. A força do chão é evidenciada pelo deslocamento no plano horizontal, evocada nos gestos de uma dança que é criada a partir de movimentos de guerra (rastejar, entrincheirar, alvejar).

A segunda parte é uma dança de pequenos bonecos – souvenirs/lembranças – que localizam e revelam os poderes que violam, colonizam e domesticam a vida cotidiana: a Religião, o Estado, o Capital, a Ciência e os cartéis da Mídia. Ao mesmo tempo em que esses poderes perversos são visibilizados – pela narrativa e pela cartografia espacial – movimentos de resistência, lutas populares e forças de subversão são revelados.

Na terceira parte, saímos da dimensão global instaurada pelos bonecos e direcionamos o olhar para um ponto de fuga formado pelo corpo-mulher nu. Esgotado como espetáculo, o corpo nu não cessa de carregar em si as forças paradoxais do movimento e da paralisação, da permanência e do aniquilamento, da memória e do esquecimento. O corpo em sua potência e precariedade.

Trata-se de um tríptico composto de partes co-dependentes que não estabelecem relações óbvias entre si. A linha que costura o trabalho é a evocação da brutalidade da força do real que insiste em desaparecer: seja pelo esquecimento, pela amnésia, pelo recalque, pela fantasmagoria, pela cegueira, pela captura ou pelo esgotamento.

 

 

Assista à versão de Brinquedos para Esquecer para o Festival Remoto aqui.

 

Histórico do Trabalho

2020

15 de setembro — VI Congresso Científico dos Pesquisadores em Dança/ ANDA. Transmissão pelo Youtube.

 

2019

04 de agosto — Festival Remoto, transmitido ao vivo pela internet na página do facebook do Rio Festiv.al (curadoria de Nayse Lopez)

11 de outubro — Ocupação LabCrítica no Teatro Cacilda Becker, Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro – Brasil.

26 de outubro — II Encontro Internacional Fernand Deligny, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro – Brasil.

 

2018

1 de agosto — COART/UERJ. Rio de Janeiro – Brasil.

18 de agosto — Centro Municipal Hélio Oiticica CMHO, Curadoria do grupo de pesquisa De/Sobre/Feitas por Mulheres, Rio de Janeiro – Brasil.

27 de outubro — Ocupação Dança Viral. Teatro da Funarte Cacilda Becker, Rio de Janeiro – Brasil.

29 de novembro — Convidado do Evento De Fora Pra Dentro, De Dentro Pra Fora, organizado pelo Curso de Psicologia da UFF, Campus Gragoatá, Niterói -Brasil.

8 de dezembro — Mostra Caixote, Curadoria de Laura Samy – Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro – Brasil.

 

2017

10 de novembro — Trabalho Convidado para O Seminário Internacional Trans-In-Corporados, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro- Brasil

17 de novembro — Mostra 69 #4. Casa Temporariamente sem Nome. Rio de Janeiro- Brasil

3 de dezembro — Trabalho convidado para a Abertura Casa Territórios. Rio de Janeiro- Brasil

 

2016

30 de abril — Mostra Esforços #1, Olho da Rua, Rio de Janeiro – Brasil

2 de julho — Partilha do processo de criação no Festival Pedras’16 Casa Connosco, Lisboa- Portugal

10 de agosto — World Dance Alliance Americas. Cholula, México. (Formato performance-workshop)

 

Brinquedos para Esquecer ou Práticas de Levante é um braço da pesquisa de doutorado desenvolvida por Lídia Larangeira no Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ. Lídia e Sérgio são professores do Departamento de Arte Corporal da UFRJ, e integram o Grupo de Pesquisa Laboratório de Crítica.