Entrevista realizada por Bruno Reis, em outubro de 2020, como resultado das ações do geppo.
A entrevista com o duo de performers Irmãs Brasil, formado por Vitória Jovem Xtravaganza e Viní Ventania Xtravaganza, surgiu da inquietação de pensar a relação entre corpos queer/cuirs e um certo imaginário de nação acionado pela iconografia da bandeira nacional, elemento bastante presente em diversos trabalhos das artistas. A partir das discussões do Geppo sobre as relações entre política, performance e performatividade, comecei a pensar no trabalho delas como um tensionamento bastante interessante feito por corpas travestis de um projeto de nação cada vez mais excludente. A violência contra esses corpos pode não ser uma novidade, e sim talvez um dos fundamentos dessa nação, mas agora encontra-se ativada de forma muito mais intensa diante da ascensão da extrema-direita e seu ideal de um povo branco, hétero e cisgênero. Nesta entrevista conversamos sobre a breve, mas contundente trajetória das artistas até agora e sua articulação com os temas do nacionalismo e da dissidência de gênero e sexualidade, entre outres.